Novas linguagens no estudo de Comunicação na Teologia

O ITESP traz na grade da Teologia a Disciplina “Educação para a comunicação I e II”,   ministrada em dois semestres do 1º ano de Teologia. No primeiro, trabalha-se a dimensão antropológica da comunicação, a Comunicação de Massa e a Indústria Cultural, Cibercultura e o pensamento da Igreja católica em relação à comunicação; no segundo semestre, de forma intensiva em parceria com o SEPAC (Serviço à Pastoral da Comunicação), denominada “Oratória Sagrada”, trabalha-se a comunicação no sentido amplo, da organização do discurso à comunicação pessoal, diante do microfone, diante das câmeras.

A Profa. Helena Corazza, propôs aos estudantes que o trabalho da primeira unidade, a dimensão antropológica da comunicação, fosse realizado em diferentes linguagens: uma síntese reflexiva individual ou em grupos produzindo um PodCast. O texto, objeto de estudo, foi um capítulo do livro “Informar não é comunicar” de Dominique Wolton.

Após se organizarem, alguns estudantes fizeram uma síntese do texto. A professora deu as orientações básicas para o roteiro da produção, ficha técnica, duração, não ultrapassando 15 minutos. Organizaram-se em quatro grupos dos quais, três produziram Podcasts e um Vídeocast. Os demais, fizeram uma síntese reflexiva individual.

A primeira das produções, aqui elencada, PODcomunicar Comunicar é Conviver, tem como proposta compreender a constante mudança que acontece na forma de comunicar, uma vez que a comunicação só ocorre quando compreendemos de maneira efetiva aquilo que foi comunicado, afirma o grupo. Para os estudantes, o processo de produção do Podcast possibilitou “compreender que, de forma descontraída e alegre, pudemos participar expressando nossos conhecimentos e realmente entrar dentro do texto, fazendo uma ligação com fatos do cotidiano”. Eles relatam também que fazer a gravação foi rapidinho e o que gastou mais tempo foi a edição do áudio. Confira a produção AQUI

Um segundo grupo produziu o Podcast PODcomunicar, também apoiados no texto “Informar não é comunicar”, de Dominique Wolton, que traz reflexões acerca do tema da informação e da comunicação, dentre elas: a distinção e a relação entre esses dois conceitos, a comunicação da informação como meio de criar laços de comunhão, a problemática da polarização e das fake News em nossos dias. O grupo faz uma relação da comunicação a partir do tema da Campanha da Fraternidade 2024, “Fraternidade e Amizade Social’,  “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23, 8).

Para os estudantes, o trabalho realizado suscitou um bom debate sobre a temática abordada. A partir da leitura do texto apresentado pela professora, cada um trouxe a sua perspectiva sobre a comunicação e a informação, procurando atualizar e confrontar esses conceitos com a realidade em que estamos imersos, identificando os pontos positivos e os desafios ainda encontrados. Isso favoreceu a realização de um trabalho que se desenvolveu a partir de um diálogo fluido e ao mesmo tempo centrado, que em momento nenhum se distanciou de seu objetivo. Ao contrário, tornou-o mais rico, a partir da integração dos vários pontos de vista abordados ao longo do Podcast, conclui seu depoimento. Confira a produção AQUI

Cada grupo trabalhou a partir do mesmo texto, que na abordagem aprofundaram aspectos diferentes. Este intitulado “Comunicar é conviver”, aprofunda a temática, aplicada ao Evangelho: “comunicamos e não só informamos na evangelização, com o testemunho”. Confira AQUI

O vídeocast (com imagem) – Comunicar é conviver – Podcomunicar. Tendo em conta que comunicar é conviver, o grupo criou um jingle sobre o tema, trabalhou a comunicação a partir da experiência de cada um, dos diferentes países, poesia, edição, geração de caracteres.

Dentre os assuntos abordados no videocast destaca a influência das mídias sociais no meio familiar, a transmissão de informações sem o devido aprofundamento e reflexão, a comunicação como sinônimo de conhecimento, dentro outros.

Para o grupo, “produzir o videocast representa um momento profundamente significativo para todos nós. Nele, tivemos a oportunidade não apenas de compartilhar experiências pessoais de comunicação, família e as nuances da vida numa conversa entre amigos, mas também de mergulhar nas experiências deles”. Sobre o processo de produção, afirmam que “a preparação e o envolvimento com o videocast trouxe muito conhecimento e crescimento pessoal para todo o grupo”. E concluem: “Esperamos que o nosso trabalho chegue a outras pessoas e possa trazer reflexão e conhecimento, desmistificando a comunicação, pois ela é essencial e nossas vidas”. Confira:

Nesse estudo, o importante é sempre o processo de aprendizagem. Os estudantes afirmam: “Quando sentamos para desenvolver o trabalho e a pesquisa sobre este tema, nos deparamos com um grande e vasto campo de investigação”. Aplicando à comunicação do Evangelho, dizem: “O tema da comunicação e do Evangelho sobre a verdade, além de outros de comunicação e informação, podemos perceber que teríamos a possibilidade de usar esse assunto, trazendo para nosso cotidiano e nossa vida. Nasceram grandes ideias e conteúdos que ensinam que a comunicação e a informação se desencontram quando chegam no espectador de duas maneiras”. E complementam: “Quando comunicamos levamos tudo o que está no núcleo da mensagem e quando apenas informamos, estamos levando uma notícia que qualquer pessoa pode fazer. Por isso a necessidade de comunicar e não de informar nos impele a tomar estas rédeas e lutar por uma comunicação verdadeira e capaz de mudar as pessoas e a sociedade num todo”.

A profa. Ir. Helena Corazza, afirma que, “tendo em vista as mudanças culturais e a sensibilidade dos jovens para as novas linguagens, fiz a experiência de propor e estimular a criação de podcasts, desafiando aplicar às novas linguagens conteúdos acadêmicos como este do teórico francês, Dominique Wolton. Na pastoral, o grande desafio é traduzir em linguagem compreensível ao povo os conteúdos da doutrina, verdades da fé. E observei que fizeram com empenho e com prazer, tanto os que produziram podcast como os que escolheram fazer uma síntese por escrito”, conclui.

Por: Prof.a Dra. Helena Corazza, professora do ITESP

Imagem: Arquivo pessoal Helena Corazza.

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